A diretora da Escola Estadual Zacarias Antônio da Silva de Cotia, a professora Iris Reis, foi afastada do cargo nesta segunda-feira (16) por ter dispensado os alunos e professores das aulas em dois dias em que a unidade foi fortemente afetada pela fumaça de incêndios florestais.
Nos dias 11 e 12/09, a escola interrompeu as aulas do período noturno por causa da fumaça que atingiu parte da cidade. Outras unidades da região também suspenderam as atividades letivas pelo mesmo motivo.
Segundo o dirigente de ensino de Carapicuíba, diretoria à qual a escola está subordinada, a diretora foi afastada do cargo por não ter "comunicado previamente" a decisão de paralisar as atividades letivas.
Ela foi informada da perda do cargo nesta segunda-feira e teve que deixar a escola imediatamente. Alunos e professores da unidade se organizaram contra a decisão que consideram ser injusta.
Eles defendem que a diretora agiu de maneira correta para proteger a saúde de alunos e funcionários. Também afirmam que não houve prejuízos educacionais, já que só foram interrompidas as últimas aulas do período noturno.
Segundo eles, no dia 12, por exemplo, a fumaça avançou sobre a escola por volta das 22h. "A quantidade de fumaça e fuligem tornou a permanência na escola inviável. A decisão de afastar a diretora parece extremamente injusta, considerando que a ausência de comunicação formal ocorreu em um momento de emergência, fora do horário de expediente da Diretoria de Ensino de Carapicuíba", diz nota escrita pela comunidade escolar da unidade.
Questionada sobre a decisão de cessar o cargo da diretora, a Secretaria de Educação do governo de SP disse que instaurou um procedimento para avaliar "todas as circunstâncias relativas ao caso". Caso seja constatada qualquer irregularidade, por parte da diretora ou do dirigente de ensino, os envolvidos serão responsabilizados.
A Voz da Comunidade
Muitos pais e alunos têm se manifestado em apoio à diretora nas redes sociais, ressaltando a importância de priorizar a saúde e a segurança. "Ela fez o que qualquer responsável faria em uma situação dessas. A saúde das crianças deve vir sempre em primeiro lugar", disse uma mãe que preferiu não se identificar.
A secretaria não informou qual o prazo para avaliar o caso.
A punição à diretora mobilizou estudantes e funcionários da escola, já que a unidade foi premiada na última semana. O colégio foi destacado no "top 100 de escolas de São Paulo", em uma premiação da secretaria.
Como os cargos de gestão nas escolas estaduais paulistas são por indicação, a saída da diretora pode significar também o afastamento de outros educadores que atuam nesses cargos, impactando toda a comunidade escolar.
Só no dia 12 de setembro, 19 municípios de São Paulo tinham focos ativos de incêndios florestais. Diversas outras cidades foram afetadas pela fumaça provocada por essas queimadas.
Abaixo-assinado
foi feito e está sendo divulgado um abaixo-asinado, pois os autores consideram uma atitude de bom senso para preservar a saúde dos estudantes: “O desligamento da diretora é arbitrário e atenta contra o bom funcionamento da escola. Reivindicamos a anulação da cessação e a recondução da professora à função de diretora.” Diz o texto do abaixo assinado
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O afastamento da diretora da escola estadual de Cotia ilustra a complexidade de se tomar decisões em situações de emergência. Enquanto alguns veem sua atitude como uma demonstração de responsabilidade, outros acreditam que a situação poderia ter sido gerida de forma diferente. A comunidade escolar continua a debater o assunto, com a esperança de que a saúde e a segurança dos alunos sejam sempre priorizadas nas futuras decisões. O futuro da diretora ainda é incerto, mas o apoio da comunidade pode ser um fator crucial para sua reintegração.
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