A postura do vereador Alexandre Frota (PDT) na Câmara Municipal de Cotia suscita questionamentos inescapáveis: ele é um fiscalizador comprometido com o bem-estar da cidade ou um político em busca de protagonismo pessoal? Desde sua posse, sua atuação tem sido marcada por um estilo confrontador, incomum para quem integra a base do governo municipal. Tal comportamento levanta dúvidas sobre sua lealdade ao grupo político ao qual pertence e sobre suas reais intenções para o futuro.
O Jornal Tabloide não tem por hábito acobertar ou perseguir políticos, mas não pode se furtar ao papel de escrutinar aqueles que ocupam cargos públicos. Frota, eleito com 2.893 votos, frequentemente usa suas redes sociais para expor problemas na cidade, mas sem construir pontes efetivas para soluções. Ele busca pressionar publicamente o prefeito Wellington Formiga (PDT) e o vice-prefeito Paulinho Lenha, criando um ruído na relação entre Executivo e Legislativo. É uma estratégia de oposição travestida de fiscalização ou um genuíno compromisso com a transparência?
A sua recente nomeação e rápida saída do cargo de líder do governo na Câmara, um posto estratégico que exige diplomacia e articulação, revelam um parlamentar que se recusa a atuar dentro das regras do jogo político. Apenas cinco dias após assumir a função, Frota a abandonou, sem apresentar justificativa convincente. Nos bastidores, a versão predominante é de que sua indisciplina e falta de capacidade de mediação tornaram sua permanência insustentável.
Seu comportamento também levanta dúvidas sobre a observância ao Regimento Interno da Câmara. O artigo 222 exige que vereadores mantenham decoro e respeito nas sessões. Já o artigo 223 prevê punições para excessos cometidos em plenário, enquanto o artigo 233 estipula a cassação do mandato para aqueles cuja conduta seja incompatível com a dignidade do cargo. Frota tem se mantido dentro desses limites ou já os ultrapassou?
Seus insistentes ataques ao governo nas redes sociais, marcando o prefeito e secretários em postagens com tom provocador, sugerem duas hipóteses: uma campanha antecipada para 2028 ou uma estratégia para aumentar sua cota de influência dentro da administração municipal. O que não fica claro é se ele pretende efetivamente governar ou apenas negociar sua relevância em Cotia.
Não se pode confundir fiscalização com ataques midiáticos. Ser vereador significa legislar, criar soluções para problemas estruturais e dialogar com os demais poderes. Em vez disso, Frota parece mais interessado em criar um antagonismo artificial para alimentar seu próprio capital político.
O eleitor cotiano precisa se perguntar: Alexandre Frota é um vereador dedicado a resolver problemas ou apenas mais um político que se especializou na arte de fabricar polêmicas? O tempo dará essa resposta, mas até lá, o Legislativo não pode se tornar refém de um mandato baseado apenas em marketing e polêmica estéril.
Com os bastidores da política de Cotia fervendo, a próxima aparição de Alexandre Frota na tribuna da Câmara será decisiva. Ele continuará sua ofensiva contra o governo ou tentará reconstruir pontes? O clima entre Frota, Executivo e Legislativo segue tenso, e a sociedade espera para ver qual jogo político Frota pretende jogar.
Vereadores têm a responsabilidade de fiscalizar o Executivo, mas também de manter um diálogo produtivo para garantir soluções reais à população. Frota, porém, tem sido acusado de transformar sua fiscalização em mero marketing digital. Com mais de um milhão de seguidores no Instagram, seu engajamento político nas redes é forte, mas a efetividade de suas cobranças ainda é questionável.
A pergunta que fica é: Frota realmente quer cumprir seu papel de vereador ou está apenas construindo uma estratégia para seus próximos passos políticos?